Thursday, March 27, 2008

O problema é: Quem é esse Deus?


Respondendo à um comentário me deixei levar pelas palavras e quando dei conta já era tarde. Dada a extensão e riqueza do comentário decide colocá-lo também como uma postagem.

Ok! Deixa-me pensar enquanto escrevo ou escrever enquanto penso.
“aprovarmos a hipótese da existência de um Deus”
Tenho comigo que a existência seja lá doque for não depende de nossas provas/aprovações, nosso minísculo conhecimento. O gás hélio existiu bem antes que o descobrissemos. Antes que se estudasse seu estado físico, massa, número atómico por ai em diante. Se não fosse descoberto, não fosse estudado, continuaria existindo tal como existem um sem número de coisas por descobrir. Vou usar esse raciocínio para Deus. Sua existência não depende de forma alguma de nossas provas/aprovações. Se ele existe, não deixará de existir só porque minha natureza limitada não o compreende. Poderemos nós(toda humanidade junta) dizer em coro que ele não existe, nada muda. O mesmo pode-se aplicar ao caso de ele não existir. Meu desejo não é suficiente para trazê-lo à existência. Pensando assim meu caro deviamos ir além da questão "existe ou não existe". Que tal começassemos a pensar nas implicações da existência ou não de Deus?

“Quem é esse Deus”
Como Ele é? Onde está? Oque quer? Posso conhecê-lo? É “conhecível”?...
Essas e muitas outra perguntas podem ser destiladas da nossa rica imaginação.
“Pois mais vale mil vezes não acreditar ser ateu do que acreditar no Deus descrito pelo cristianismo”
Essa constatação é problemática. É fruto duma “preguiça” que nos impede a pensar. Pensar dolorosamente, desprovido de qualquer preconceito que se possa imaginar. Partimos para o mais fácil. Negamos-lhe a existência e prontos.
Se busco um Deus que de antemão já acredito não existir é claro que mesmo existindo não o acharei, o mais prudente seria nem sair de casa á procura.
Que culpa teria Deus pela “péssima” descrição que o cristianismo faz dele? Quem legitimiza a descrição que o cristianismo faz desse Deus?
Eu não faria minhas compras e ou deixaria de fazê-las apenas por conta duma publicidade… seja ela boa ou mã. Seria uma imprudência grave. Com o mínimo do saber que temos o certo seria considerer um conjunto de elementos antes de decider. Deus não pode não existir só porque é mal descrito pelo cristianismo.
“É nos mostrado um Deus horroroso, cruel e acima de tudo malévolo.
Os conceito hororosos, cruel, malévolo são de todo muito relativos. Dependem muito do ponto de vista. É por isso que apesar de ser revoltante, não me suprendo quando homens como Mugabe são defendidos e venerados.
Vamos então em partes:
(i) “Um Deus bondoso que cria um paraíso para 25 porcento dos seus filhos e os restantes lançados no fogo eterno”
“Um Deus que faz um céu para os poucos filhos viverem do bom e do melhor e ainda terem a oportunidade de ver a grandeza queimar, arder no fogo!
Deixa-me só questioner:
Quem faz a seleção dos 25% que vão ao paraiso e dos restantes 75% que são lançados no fogo eterno?
Quais são os critério dessa seleção?
Quais são os elementos a considerer?
São antecipadamente conhecidos esses critérios?
Os selecionados tem possibilidade/opurtunidade de escolher o lado que querem estar?
Podia fazer muito mais perguntas…
(ii) “Me custa acreditar num Deus que dizem ser poderoso mas não tem poder para arrancar o mal do planeta”
Oque é o mal?
Quais são as suas formas?
Onde é que encontramos o mal?
Com base numa certa definição atribuida ao conceito mal, oque significaria “arrancar o mal do planeta”
Quais seriam as implicações desse arancar o mal?
(iii) “Me custa acreditar num Deus imperfeito que faz os filhos imperfeitos, que querem o que não devem querer, que amam o que não devem amar”
O que é que a imperfeição dos filhos tem a ver com os pais?
Quem determina oque queremos oque amamos?
(iv) “Não nego que possa existir um Deus”

Já que não nega, como seria seu Deus?
Que caracteristicas teria?

Bem eu não sou preciguiçoso. Não vou culpar os outros…
Prefiro continuar me perguntando.
Quais são as vantegens e desvantagens da existência de Deus?

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